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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

O lixo mental e emocional

Quantas vezes e por longo tempo carregamos dentro de nós uma quantidade grande de lixos mentais e emocionais, e isso, sem nos darmos conta, sem termos uma consciência clara. 

Entre esses lixos estão, por exemplo:

1) A falta de perdão: para os outros e para si mesmo. Lembra do ensinamento sobre perdoar setenta vezes sete? Ou de perdoar o outro antes de levar alguma oferenda ao altar? Ou simplesmente do Pai Nosso? É preciso lembrar que, muitas vezes, precisamos perdoar a nós mesmos, pois, perdoar é bênção, em primeira instância, para si próprio. Segundo Jean-Paul Sartre “Não importa o que fizeram com você, o mais importante é o que você faz com o que fizeram de você”, portanto, perdoe, o maior beneficiado é você;

2) A culpa: envolve  sentimentos tais como reclamação, vitimização, autopiedade, remoer o passado, vingança e autodestruição. A culpa quer aniquilar com você, levar a uma morte interna, dos seus sonhos, metas, projetos. A culpa causa dor incessante, é uma tortura. Ela remete aos campos escuros da mente, nos distancia do Criador;

3) O julgamento: quantas vezes julgamos aos outros e a nós mesmos no piloto automático? Será que isso acontece?... (Risos). O julgamento muitas vezes é feito com palavras proferidas, porém em sua maioria com palavras em forma de pensamentos. Além do outro, o julgamento a si mesmo é um igual vilão. Segundo o Cristo, não devemos julgar, pois, com o mesmo critério que julgarmos nós seremos julgados. Somos humanos e, nessa condição, não conseguimos julgar com perfeição, não fomos suficientemente aparelhados para isso e, assim, ao julgar, podemos cometer toda sorte de erros. Não julgar inclui aceitar que cada indivíduo tem a sua jornada, única, suas crenças, sua história, características pessoais. Conforme o ensinamento, nem mesmo Deus julga durante a nossa vida, Ele deixa para julgar somente após o desligamento da alma;

4) A mentira:  em geral pensamos "eu não minto", porém, quantas vezes mentimos, sobretudo para nós mesmos, e não apenas para os outros. Mentimos ao abrimos mão dos nossos sonhos, dizendo que não somos capazes, que não contaremos com qualquer ajuda, mentimos quando abrimos mão da paz interior, da harmonia, dos caminhos mais assertivos. A mentira pode se tornar um hábito horrível e carece de uma limpeza séria nos nossos processos mentais.

Entretanto, a boa notícia é que temos algumas  vassouras que podem ser usadas para fazer essa limpeza, com muita propriedade, para recolher esses lixos acumulados dia após dia. Embora consideremos se trate de lixos, aparentemente, de difícil remoção, porém, é uma questão de utilizar a vassoura da fé, da boa-vontade, e empregar energia para fazer o trabalho da varredura mental.

Para a falta de perdão, pode-se tomar a vassoura da decisão, e varrer os entraves, sabendo que perdoar é sim uma decisão pessoal e intransferível e ocorre nos altares internos. É urgente que se faça essa limpeza, sem delongas, a fim de evitar problemas psicossomáticos, os quais surgem devido à sujeira interior provocada pela falta de perdão.

Já para o lixo da culpa usar a vassoura do auto-amor, ou aquela que varre o passado para viver com estado de consciência no presente, eu costumo dizer, para viver em estado de poesia. Portanto, um presente que se dá para si. Outra opção é aspirar toda culpa com um bom e específico aspirador de pó, pois ela é poeira que se entranha lá no íntimo e é de todo necessário sugar, remover completamente esse sentimento nefasto.

Ainda para a culpa, outra vassoura eficaz é a da auto-responsibilidade, que varre a bruxa da culpa com efetividade. A Física Quântica tem nos dito que somos responsáveis pelo que nos acontece, no sentido de que atraímos para nós aquilo que necessitamos vivenciar, aprender, nessa grande teia da vida, sejam coisas boas ou ruins. Se nos responsabilizamos pelo nosso sucesso, por que temos dificuldade de nos responsabilizarmos pelos nossos fracassos e preferimos atribuí-los aos outros?

Quanto ao julgamento, pode-se usar a vassoura que trata de vigiar, pois os julgamentos, inúmeras vezes, irão aparecer na janela mental, então, precicle-os, ou seja, antes que se instalem, não os receba em sua mente, deixe-os ir embora, recuse-os, eles não são seus, varra-os do seu interior.

Contra a mentira, comece sendo honesto consigo mesmo e em seguida com os outros, para isso, as vassouras da coragem e da autocorreção são  ótimas. Tenha a coragem de encarar o espelho e de ouvir dele as sábias palavras da assertividade.

Lixos não citados são, por exemplo, a inveja, a rejeição, o preconceito, o medo, entre outros, e cada um deles necessita ser removido da mente periodicamente.

Assim como faxinamos a casa, também, é imperioso  limpar a mente e suas emoções negativas. Que tal fazer isso cotidianamente, a fim de ser e viver melhores estados de consciência?

Ismael Machado
Poeta e escritor
Tela de Esmeralda Borges

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