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sexta-feira, 22 de agosto de 2025

O buraco, poema de Sogyal Rinpoche,

1.

Ando pela rua.

Há um buraco fundo na calçada.

Eu caio…

Estou perdido… Sem esperança.

Não é culpa minha.

Leva uma eternidade para encontrar a saída.

2.

Ando pela mesma rua.

Há um buraco fundo na calçada.

Mas finjo não vê-lo.

Caio nele de novo.

Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.

Mas não é culpa minha.

Ainda assim leva um tempão para sair.

3.

Ando pela mesma rua.3

Há um buraco fundo na calçada.

Vejo que ele ali está.

Ainda assim caio… É um hábito.

Meus olhos se abrem.

Sei onde estou.

É minha culpa.

Saio imediatamente.

4.

Ando pela mesma rua.

Há um buraco fundo na calçada.

Dou a volta.

5.

Ando por outra rua.


Texto extraído de O Livro Tibetano do Viver e do Morrer, de Sogyal Rinpoche, Ed. Talento/Palas Athena.



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