A voz do Brasil lamenta a corrupção que brota da terra,
no seio
das famílias, feito erva daninha.
A voz
do Brasil chora seus filhos mortos em chacinas,
sem que
ninguém tenha sido punido.
A voz
do Brasil lamenta a política e a economia, ainda vigentes,
na vez
dos pretensos revolucionários,
repetidores
dos mesmos erros e defeitos de seus antecessores.
Eles pensam: o povo não é santo, pode esperar,
qualquer vela, qualquer coisa vai lhe agradar.
Enquanto no campo santo, sonhos foram sepultados,
uma vida inteira de promessas não pagas.
A justiça não vê quanta coisa errada, ela é mesmo cega.
Será meu Deus irá perdoar esse pandemônio?
Só o tempo dirá, depois dos túmulos fechados.
As hienas já receberam suas bênçãos.
Ao coração não há rogos, há fome, dor,
nos becos, favelas, não querem só piedade,
querem comida, bebida, partida para algum lugar,
que não seja esse país de podres poderes.
Até querem vê-lo transformado,
em meio ao transtorno continuado.
País do futebol, onde o jogo da vida é duro.
Do carnaval, onde se dança, rebola para sobreviver.
Essa
voz se levanta, e, às vezes, não é ouvida por seu povo...
Em
Brasília, dez é mesmo nove horas, pois de erros descansa (boa noite!),
numa pretensa paz!? Quisera em esplêndido berço...
Ismael Machado
(Do livro Folhas Brasileiras, páginas. 22 e 51, edição
esgotada)
Boa tarde. Muito bom, muito lúcido!
ResponderExcluirAbraço, Gpoetica
Gratidão, abraços e poesia em sua vida.
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