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sexta-feira, 30 de setembro de 2022
quinta-feira, 29 de setembro de 2022
domingo, 25 de setembro de 2022
sábado, 24 de setembro de 2022
Você pensa que o Hino Nacional Brasileiro sempre começou em “Ouviram do Ipiranga..."
Você sabia que o Hino Nacional tinha uma introdução diferente?
Se você pensa que o Hino Nacional Brasileiro sempre começou em “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas”, você errou feio, errou rude... Mas primeiro, vamos relembrar um pouco da história da canção.
O Hino Nacional foi originalmente composto para ser tocado por uma banda marcial em 1822, pelo músico Francisco Manuel da Silva. Na década seguinte, uma letra foi incluída à melodia, tendo a autoria de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva fazendo referências ao período em que o Brasil ainda era Império.
Com a Proclamação da República, em 1889, foi necessário trocar esse hino por um mais atualizado. Um concurso acabou escolhendo a letra de Medeiros e Albuquerque feita em 1890, mas ela foi tão massacrada pelos brasileiros da época que acabou sendo descartada – a saber, trata-se do Hino da Proclamação da República, aquele que fala “Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós!”.
Apenas em 1906 um novo concurso foi lançado, elegendo 3 anos depois um poema de Joaquim Osório Duque Estrada como a letra a ser inserida no hino oficial brasileiro. O que pouca gente sabe é que a parte instrumental que antecede os trechos cantados também possuía uma letra, supostamente atribuída ao paulista Américo de Moura, e dizia o seguinte:
"Espera o Brasil que todos cumprais com o vosso dever
Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante
Gravai com buril nos pátrios anais o vosso poder
Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante
Servi o Brasil sem esmorecer, com ânimo audaz
Cumpri o dever na guerra e na paz
À sombra da lei, à brisa gentil
O lábaro erguei do belo Brasil
Eia! Sus, oh, sus!"
Como você pode notar, o trecho incluiria outras palavras e expressões complexas, tais como as que permaneceram na letra oficial do hino. Para quem não sabe, “buril” é uma instrumento em aço e com a ponta cortante em V, usado para fazer gravações em metais e madeiras. Já o termo “sus” vem do latim e significa “de baixo para cima”, ou seja, é uma espécie de injetar ânimo no povo brasileiro.
Texto por Diego Denck
Ficou curioso(a) para saber como essa parte seria cantada? Aperte o play e ouça:
segunda-feira, 19 de setembro de 2022
sábado, 17 de setembro de 2022
sexta-feira, 16 de setembro de 2022
O que não se cala
Engole o choro. Engole sapo. Cala a boca. Cala o peito. Mas o corpo fala, e como fala. Falam as pontas dos dedos batendo na mesa. Falam os pés inquietos na cama. Fala a dor de cabeça. Fala a gastrite, o refluxo, a ansiedade. Fala o nó na garganta atravessado. Fala a angústia, fala a ruga na testa. Fala a insônia, o sono demasiado. Você se cala, mas o falatório interno começa.
As pessoas adoecem porque cultivam e guardam as coisas não digeridas dentro de seus corações. O normal do ser humano seria a comunicação e conseguir dizer o que está sentindo. Mas nem todos se habilitam para esse difícil exercício. Nem sempre digerimos bem aquelas pequenas coisas, como mensagens mal respondidas, as palavras que machucam... Você finge que não ouviu, engole e tudo isso vai se acumulando até que um dia enche. Esses pequenos fatos indigestos percorrem a garganta, entram no estômago, invadem o peito e, se deixarmos, calarão nossa boca e nossa paz. O importante é não deixar acumular ou achar que simplesmente vai aliviar com o passar dos dias. O tempo até tem um papel importante, mas não resolve tudo. Tentar mostrar que tudo sempre está bem requer muita energia, o desgaste emocional é grande. Não dá pra engolir tudo e dizer amém! Eu sei.
Também não dá pra cometer "sincericídios" por aí e sair vomitando as coisas entaladas na sua garganta. Mas dá para se expressar. Tem hora que o sentimento pede pra ser dito, entendido, descodificado, traduzido. Tudo que ele quer é ser exorcizado pela palavra ou pela via que lhe cabe melhor. Expressar tranquiliza a dor. Dor não é pra sentir pra sempre. Dor é vírgula.
Então faz uma carta, um poema, um livro. Canta uma música. Pega as sapatilhas, sapateia. Faz uma aquarela. Faz uma vida. Faz piada, faz texto, faz quadro, faz encontro com amigos. Faz corrida no parque. Fala pro seu analista, fala para Deus, para o Universo... se pinta de artista. Conversa sozinho, papeia com seu cachorro, solta m grito pro céu, mas não se cale. Pois “se você engolir tudo que sente, no final você se afoga”.
Ruth Borges, Revista Bula.
quarta-feira, 14 de setembro de 2022
terça-feira, 13 de setembro de 2022
domingo, 11 de setembro de 2022
quinta-feira, 8 de setembro de 2022
quarta-feira, 7 de setembro de 2022
Amália Rodrigues: a fadista, por Raquel Naveira
Meu avô português, o Carvalhinho, amava ouvir fados, principalmente os interpretados por Amália Rodrigues, verdadeiro ídolo para ele. Lembro-me das capas de seus discos, a fadista sempre sorridente, lábios vermelhos e xales estampados. O fado, na verdade, se origina do bem brasileiro lundu, música de nossos negros, cantada ao som da viola. Levado para Portugal por D. João VI o lundu mudou de nome, perdeu o ritmo acelerado e se fixou nos tons menores, mais adequados às lamentações e aos melodramas sentimentais, ao som das guitarras repinicadas. Tornou-se manifestação urbana dos bairros populares e operários de Lisboa. Com o advento da Rádio e do disco, as vozes das fadistas Ercília Costa, Ermelinda Vitória, chegam a um público cada vez mais vasto. O fado saltou das ruas e vielas de Lisboa para as casas de fado como o Retiro da Severa, onde Amália começou sua carreira.
Amália, a lisboeta humilde, foi a renovadora do fado, uma voz singular, uma intérprete com intensidade dramática que afirmava que o que interessa é sentir o fado, porque o fado não se canta, acontece. O fado sente-se, não se compreende, nem se explica.
Quando Amália esteve no Cassino de Copacabana em 1944, meus avós vieram do sul do cerrado de Mato Grosso assistir ao espetáculo e voltaram maravilhados com seu fascínio, seu vestido de crepe azul. O avô gesticulava contando sobre aquela noite inesquecível: Só faltei ajoelhar aos seus pés, tanta a emoção! Não há melhor embaixadora de Portugal no mundo!
Os fados preferidos de meu avô marcaram profundamente minha forma de ser, de escrever e de sentir: o doloroso e retumbante “Barco Negro”, de David Mourão-Ferreira:
De manhã, que medo que me achasses feia
Acordei, tremendo, deitada n’areia,
Mmas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração.
Em outro trecho aquele tom de melancolia das mulheres que veem seu amado partir:
Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo, em meu redor,
Me diz que estás sempre comigo.
E nas horas de alegria, espalhava-se pela casa o som da “Casa Portuguesa”:
Numa casa portuguesa fica bem pão e vinho sobre a mesa.
Quatro paredes caiadas,
Um cheirinho de alecrim,
Um cacho de uvas doiradas,
Duas rosas num jardim,
Um São José de azulejo
Sob um sol de primavera,
Uma promessa de beijos,
Dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É com certeza, uma casa portuguesa!
Quando Amália Rodrigues morreu, no dia 06 de outubro de 1999, meu avô José já tinha partido. Acompanhei o noticiário em lágrimas, lembrando dele, de quando eu dançava ao som dos fados, segurando as pontas da saia e ele me chamava de “minha borboleta”. Vi como Lisboa chorou: as flores, os lenços brancos acenando, os sinos das igrejas tocando. Nas ruas, nos carros, nas lojas, por todo lado o fado de Amália. O Fado da Bica, dos Caracóis, da Saudade, do Ciúme, do Silêncio. Ó Flor do Verde Pinho que lavava Portugal, lavava, nas madrugadas de Alfama, Lisboa em Festa, Lisboa das cantigas de amigo, dos fadinhos serranos da Esquina do Pecado. Nunca mais o Tiro Liro Liro. Ai, meu amor, o marinheiro está longe e sou dele e sou tua. Todas as guitarras ficaram tristes. Gaivota. Libertação.
terça-feira, 6 de setembro de 2022
De Fernando Pessoa, A criança que fui chora na estrada
segunda-feira, 5 de setembro de 2022
domingo, 4 de setembro de 2022
sábado, 3 de setembro de 2022
sexta-feira, 2 de setembro de 2022
Eu quero sair, eu quero falar
Eu quero falar
Eu quero ensinar o vizinho a cantar
Nas manhãs de setembro."