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quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Sobre as muitas areias, sobre as muitas águas...

“Eu vi um barco, taciturno, dançando, flutuando sobre as areias do deserto. As areias eram amarelas, febris, e tossiam aos ventos, elas eram d’uma tessitura invisível e penetravam até os sensíveis alvéolos. 

“Eu vi a sombra do que não existe, e o reflexo dela, sob uma aparente realidade, e isso me pareceu algo triste e sombrio.

"Vi águas bailando pelos ares nos altos céus e elas tocavam o ápice duma Torre de Babel, elas beijavam as bocas dos homens e lhes confundiam os sentidos, o destinos, elas lhes liquidificavam e, naqueles dias inéditos, impensados, fluíam em vozes, sussurros, pelos muitos regatos do mundo.”

William Whitman

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