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segunda-feira, 18 de maio de 2020

Viva a Poesia presente em nossas vidas, todo e qualquer dia...




Eu vi um barco, taciturno, dançando, flutuando sobre os mares imensos e,
também, sobre as areias do deserto.
As águas eram pálidas, pareciam placentas, as areias eram 
virulentas, amarelas, febris, 
e desde o ventre tossiam aos ventos, elas eram d’uma
tessitura invisível e penetravam até os sensíveis alvéolos.

Eu vi a sombra do que não existe, e o reflexo dela, sob uma aparente
realidade, e isso pareceu-me algo além do mero entendimento.
Vi águas bailando pelos ares nos altos céus
e elas tocavam o ápice duma Torre de Babel, elas beijavam as bocas
dos homens e lhes confundiam os destinos, elas lhes liquidificavam
e fluíam em vozes pelos oceanos, mares, rios e regatos do mundo.

William Whitman

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