Eu
vi um barco, taciturno, dançando, flutuando sobre os mares imensos e,
também, sobre as areias do deserto.
As águas eram pálidas, pareciam placentas, as areias eram
virulentas, amarelas, febris,
virulentas, amarelas, febris,
e desde o ventre tossiam aos ventos, elas eram d’uma
tessitura
invisível e penetravam até os sensíveis alvéolos.
Eu
vi a sombra do que não existe, e o reflexo dela, sob uma aparente
realidade,
e isso pareceu-me algo além do mero entendimento.
Vi
águas bailando pelos ares nos altos céus
e
elas tocavam o ápice duma Torre de Babel, elas beijavam as bocas
dos
homens e lhes confundiam os destinos, elas lhes liquidificavam
e
fluíam em vozes pelos oceanos, mares, rios e regatos do mundo.
William Whitman
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