Ao
extraordinário poeta Gregório de Matos
De tão perto deste
porto, seguro de si, Álvares Cabral, flutuante sobre as cores verde e azul dos
mares imensos, proclamou o sol da Terra de Cabrália,
numa Bahia
santificada de Natureza.
Em caminho, o poeta
lia a carta escrita por Pero Vaz, sobre leite e mel e mil farturas na Canaã de
letras portuguesas, desde Luís de Camões.
Somente notas, linhas
poéticas do chão, do futuro
de um povo pobre
desde antão, quinhentos anos depois,
ainda por desbravar a
intensidade do anil
que o tinge em seu
céu,
que tinge a tez dessa
gente amada.
À vista, além de
terras e riquezas mil,
a malfadada política,
traçando rumos
ou desencaminhando o
porvir,
roubando dele as
canções, os hinos.
Salve São Salvador,
com os seus Jardins de Alah
e honestos
jardineiros, fiéis praticantes
das nobres virtudes,
mesmo onde a corrupção brilha
sob o sol de muitos
dias e aos olhos
de corrompidos e de
corruptores.
Ao som de valsas
vienenses D. Leopoldina baila
nos braços dum certo
Cerveró,
ele dum só olho caído
pelo dinheiro maldito,
ela inocente das
falcatruas, dos escusos dólares dele,
postos em Bancos
Suiços.
Nessa dança há
constantes tropeços em oscilações
político-econômicas,
com graves consequências sociais.
Valei-nos, bom São
Francisco e toda a bela natureza.
Valei-nos, ajudai-nos
Nosso Senhor do Bonfim,
enquanto vivemos na
eperança de melhores dias,
do sagrado ouro o
qual coroará as frontes sofridas
do povo e, oxalá, de
seus governantes vindouros
com o fogo das
intensas transmutações...
Ismael Machado
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