Me fiz mulher de plumagem aveludada, cuspindo fogo de manhã todo dia em que esteve o sol.
Esqueci as argolas dos pés em algum canto, algum amasso, em algum escuro de madrugada.
Sei aonde estou com vontade de ir e vou, sempre que podem os olhos comemo-nos nus nas nossas incertezas.
Minto, às vezes, para não magoar as veias que saltam em denúncia, não queria mentir, mas vou que o laço está torcido de verdades dúbias.
Esquece teu colo em algum canto que eu lá vou, voo, ensaio um sim.
Todas as ilhas se aproximam de mim, não sou importante - elas insistem - eu declamo um poema antigo, gasto, por isso mesmo faz sentido.
Sou uma ilha cheia de mastros hirtos a me levantarem ventos afora, gozo adentro.
Tânia Gauto
⭐❣️
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