Um
círculo principia o traço sempiterno
com o
ponto ao centro,
caminho
do meio, e o sol iluminou-se ao Leste no alfabeto
da
ancestral China Oriental, desde cinco mil anos atrás.
A gaivota
abre as suas asas de liberdade
que extrapolam
o limiar do que é finito.
A
liberdade vai além desta breve vida,
destes
dias passantes.
O seu
bico de ave celeste toca o sol no firmamento.
Com
antigas letras gregas grafo escritos do Alfa ao Ômega.
O
princípio contém o finito,
mas o fim vai mais além do terrenal, do meramente mortal.
Letras
estão dependuradas nestas asas, abrem-se
aos
horizontes, empós as quatro dimensões, no encalço
dos
trigramas e hexagramas não exarados no ocidente.
Com
quatro cores (verde, amarelo, azul e branco)
escrevo
versos do passado, presente e futuro, da eternidade
do
pequeno poeta, caricaturizado nesse símbolo, o qual talvez
pareça um
extraterrestre nesse mundo do lado avesso!
Quatro
virtudes sacras planam serenas no ar,
ardem ao fogo das emoções,
pisam a
Terra-do-Nunca, do que foi, é,
e do que
sabido, célere virá...
As águas
de março, no outono do Hemisfério Sul,
fecham a
última das estações escolhida pelo poeta
em sua
escrita elementar:
o verão,
com o sol-poente, ao Oeste. As flores no instante
eterno,
elas etéreas, renascerão na primavera do Hemisfério
Norte em
busca duma vida
em novas
roupagens, em novas cores, de alegria,
após a
noite-negra do inverno da alma humana.
O ar faz
aumentar o fogo e ambos consomem
estes
dias de malvadezas,
ambos
apressam os vindouros dias escatológicos.
A Terra
aplaude e as águas se agitam envoltas em felicidades.
Em outras
dimensões saberemos do porvir,
o que o
livro dos mortos nos contará...
O sol em
seu giro visita com seus raios esse pequeno orbe azul,
onde a
paz um dia in-sabido reinará,
quando
raiar o oitavo dia da criação,
(com os
seus quatro elementos e quatro cores,
no
somatório de oito), sem trevas, então... esse dia,
deitar-se-á nas bordas do infinito.
Oswald Barros
Do livro Folhas ao
vento, 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário