Há uma solidão virtual enganando
aquela real.
Há outra solidão dos músculos
freqüentando academias.
Os músculos são ocos, vazios de um
sentido maior,
eles fenecem com a glória da
juventude entre névoa-nadas.
Beleza e solidão seguem lado a
lado,
ambas são modos de escravidão para
Mauricinhos
e Patricinhas dumas vidas quase
vãs.
Solidão escultural, não dialogal,
enfileirada no rumo do não-relacional.
De óculos escuros, fones de ouvido
e celular na mão,
com pose e script ela segue sendo a mesma solidão,
travestida em sentimentos
maltrapilhos.
Eu vi o ventre da solidão e ele
era feio e se contorcia em dores.
Oswald Barros
Do
livro Folhas ao vento, 2015.
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