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quarta-feira, 29 de julho de 2015
sábado, 25 de julho de 2015
sexta-feira, 24 de julho de 2015
terça-feira, 21 de julho de 2015
quinta-feira, 16 de julho de 2015
Comentários de Sonia Mara Ruiz Brown, Dra. em Literatura Portuguesa pela USP - Parte II
(Sobre o livro Folhas ao vento, Life Editora, 2015).
... O estudioso holandês Huizinga nos diz “O que
a linguagem poética faz é essencialmente jogar com as palavras. Ordena-as de
maneira harmoniosa e injeta mistério em cada uma delas, de modo que cada imagem
passa a encerrar a solução de um enigma”. É exatamente o que podemos encontrar
em Folhas ao vento: o jogo das palavras, a harmonia desse
tabuleiro e o mistério nele contido para, então, alcançar o enigma nele
inserido. Exemplo desse processo está no poema “Nos campos do outono” (texto
181) em que o eu lírico, através da grande metáfora do outono, expõe suas
pequenas falhas que se desvanecem pela força do momento através de “fruto nem
sempre amargo, às vezes agridoce,/ levado pelas correntezas dos ventos nos
bicos dos sabiás” e, sob essa mesma força, poderá “saciar a fome do povoado de
esperanças”, ou ainda “sementes frutificaram no ventre da mulher/ o rebento de
vida colossal”. Todas as figuras apresentadas confluem para a construção de um
novo tempo beneficiado pela chegada do outono.
È, no trabalho com a palavra, que o poeta
encontra um modo de suportar um mundo muitas vezes impregnado de hostilidade,
mas também de festejar com exuberância e gozo evidentes as benesses do viver.
Já disse o grande crítico literário português
Eduardo Lourenço que não há nada a dizer de um poema, “porque tudo o que dissermos dele se nos afigurará
inferior a ele”. O texto representa um trabalho sobre o melhor modo de dizer o
que diz, por isso é o bastante citá-lo como farei ao desejar que possa haver,
no momento de as flores novamente aparecerem, um outro canto com sabiás “sob
outras alcunhas, nos laranjais eternos” , outros “versos do alvorecer” que
pareçam “gaivotas plainando,/ singrando os ares em frases e versos”.
Sonia
Mara Ruiz Brown
Dra. em
Literatura Portuguesa pela USP
quarta-feira, 15 de julho de 2015
segunda-feira, 13 de julho de 2015
Comentários de Sonia Mara Ruiz Brown, Dra. em Literatura Portuguesa pela USP
(Sobre o livro Folhas ao vento, Life Editora, 2015).
Parte I
Ler Ismael Machado nos introduz em
experiências gratificantes, ampliando sobre o conhecido, pois ele inova ao nos
presentear com uma obra híbrida, em que estão presentes cartas, cujo conteúdo
predominantemente referencial, mas também de colorido emotivo e poético,
dão-nos notícia de suas leituras, lugares percorridos, impressões do cotidiano;
poemas que revelam um eu sensível às angústias, dúvidas e alegrias do homem
hodierno, numa linguagem metafórica, sinestésica, capaz de tocar a essência da
vida humana; e ainda reflexões, aforismos, abordando questões filosóficas,
éticas, metalingüísticas, com agilidade de pensamento e doçura de alma.
Em homenagem a dois grandes poetas brasileiros,
Oswald de Andrade e Manoel de Barros, adota o pseudônimo Oswald Barros e os
reverencia, trazendo características deles para o seu texto. Do primeiro, cuja
flama de revoltado e irreverente é conhecida, patenteia, em seus versos,
reflexões das grandes comoções do nosso tempo numa linguagem forte,
polemizante, em “versos inumeráveis”, sem preocupação com a forma rígida; do
segundo, também conhecido como “fazedor de auroras”, cuja forma ligeira
enxerga cada cantinho do mundo, herdou a
busca constante dos elementos da natureza, evocando pássaros, flores, o arco-íris e o
próprio vento...
Sonia
Mara Ruiz Brown
Dra. em
Literatura Portuguesa pela USP
quinta-feira, 9 de julho de 2015
domingo, 5 de julho de 2015
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