Uma foto rara que registra um encontro entre Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, já bastante velhinho e debilitado.
Embora fosse mais de 15 anos mais novo que Bandeira, Drummond passou de fã a amigo. Juntos, travaram uma amizade que rendeu uma série de poemas e homenagens.
Um dos mais bonitos é esse poema de Drummond sobre Bandeira:
[...]
Tua violenta ternura,
tua infinita polícia,
tua trágica existência
no entanto sem nenhum sulco
exterior – salvo tuas rugas,
tua gravidade simples,
a acidez e o carinho simples
que desbordam em teus retratos,
que capturo em teus poemas,
são razões por que te amamos
e por que nos fazes sofrer...
[...]
és tu mesmo, é tua poesia,
tua pungente, inefável poesia,
ferindo as almas, sob a aparência balsâmica,
queimando as almas, fogo celeste, ao visitá-las;
é o fenômeno poético, de que te constituíste o misterioso portador
[...]
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