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Cultura brasileira!
Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Eu sou da lira e não posso negar
Eu sou da lira e não posso negar
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sábado, 7 de fevereiro de 2015
domingo, 1 de fevereiro de 2015
Sonho e pó – Dream and dust - Comentários da Professora Neusa Narico Arashiro, da Fundação de Cultura de MS
Com muita honra, peço ao
leitor amigo, permissão para tecer alguns comentários a respeito do livro
nascido do pó e do sonho - do olhar
poético de Ismael Machado. Digo sempre, que quando alguém se disponibiliza
a compartilhar um texto seu com um público maior, não deixa de ser um ato de
coragem, de loucura e de humildade.
Coragem - em se expor às críticas, ao olhar
complacente dos amigos e, coragem para incentivar que novos leitores mergulhem
no seu texto.
Loucura –
porque todo texto nasce de momentos de devaneios, de sonhos desconexos, de linkar situações às imagens nem sempre
literais ou de princípios lógicos.
Humildade
–
porque ao lançar seu livro, o autor doa ao mundo a sua subjetividade, ou seja,
compartilha o seu íntimo ou o que lhe é mais privado.
Nesses três atos, o autor
não tem mais o controle sobre a sua escrita, pois as significâncias vão sendo
construídas a partir de cada leitor, baseado nas experiências múltiplas de
leitura do mundo de cada indivíduo.
Muito feliz a opção do
Ismael em usar metaforicamente as estações do ano e agregar os pseudônimos.
Vale destacar que está sempre muito bem acompanhado. Em Folhas
brasileiras incorporou Fernando Pessoa – ícone da literatura, português, e
o nosso amado Manuel Bandeira, fonte que sempre nos sacia.
Em Sonho e pó, traz consigo a companhia de William Shakespeare –
âncora da literatura anglo-saxônica e Walt Whitman – poeta, ensaísta e
jornalista norte americano. O prefácio, assinado pela Profª Drª Lucilene
Machado, é um primor de texto que nos conduz às vielas escolhidas pelo autor.
Resgato aqui as palavras de
Umberto Eco em que ele diz que todo texto está à espera da chave de cada leitor
para abri-lo e acionar todas as redes de significados e sentidos. Também a
lingüista Ingedore Kock usa a metáfora do iceberg no oceano textual, onde a sua
ponta é como se fosse a materialidade do texto, mas é nas profundidades que reside toda a
tessitura do texto.
Ismael, por meio do seu
texto, fiz viagens que só a literatura nos possibilita, dialoguei com Quintana,
visitei Paris, Lisboa, participei com Betinho da cerimônia do pão e do vinho,
cirandei, observei grilos e borboletas, contornei pedras, catei porungas secas,
incomodei-me com o sorriso da Gioconda, e ao chegar ao templo de Delphos
deparei-me com seus grafismos que dizem:
Educador,
mediador de esperanças,
Alquimista
dos sonhos, construtor de pontes.
A
educação deve ser uma experiência de amor,
Pela
humanidade.
Desejo que as suas palavras,
sejam favos de mel nas experiências de cada leitor, que ao abrir os seus textos,
com a chave da generosidade, saboreie os olhares múltiplos que o cercam!
Neusa Narico Arashiro
Fundação de Cultura de MS
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