Há prisões que badalam os
seus sinos, 
chamando os inocentes ou
pobres pecadores 
às suas celas de
doutrinas, para as quais 
os incautos prisioneiros
caminham 
ainda cheios de
esperanças.
Há prisões que prendem os
seus amores 
em reais horrores, e
machucam por dentro e fora.
Há prisões onde o
espancamento declarado 
espanta a Declaração dos
Direitos Humanos. 
Há prisões até entre os
pretensos imortais, 
às vezes presos às suas
vaidades inomináveis. 
Há prisões em parcos
recursos para a educação, 
capazes de aprisionarem
gerações e gerações. 
Há prisões em si mesmo, as
quais prendem mais 
do que as grades de metais
das cadeias, 
donde é difícil se soltar.
Necessitam psicólogos, 
psiquiatras, quais
carcereiros, para 
ajudar na soltura de
traumas e tramas 
das celas escuras do
inconsciente. 
Há prisões em diversos
tipos de transtornos 
mentais, físicos e emocionais.
Há prisões em trabalhos
que de nada libertam, 
são meras formas de
escravidões, modernas 
senzalas para negros,
brancos, pardos ou não. 
Há prisões em palácios com
as suas cercas elétricas, 
portões eletrônicos e
altos muros de medo. 
Há prisões em burocratas
justiças e suas 
lentidões e, ainda, em
injustas legislações. 
Há prisões nas sarjetas e
em maltrapilhos 
famintos de igualdade e
fraternidade. 
Há prisões que prendem os
pais e os filhos 
em distâncias não
transpostas. 
Há prisões supostas ou
não, mas o ser, enfim, 
anseia pela vida e pela liberdade.
William Whitman
(Do livro "Sonho e pó", 2013)

lindo!
ResponderExcluirMuito obrigado NeGarij, um abraço, Ismael.
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