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quarta-feira, 9 de julho de 2025

Edgar Morin, o grande filósofo

É necessário dizer que não é a quantidade de informações, nem a sofisticação matemática que podem dar sozinhas um conhecimento pertinente, mas sim a capacidade de colocar o conhecimento no contexto.


Edgar Morin, 104 anos

terça-feira, 8 de julho de 2025

Marie Curie, uma sensibilidade profunda


Antes de ganhar dois Prêmios Nobel. Antes de isolar o rádio e o polônio. Antes de entrar para a história da ciência com o nome cravado entre os imortais…
Marie Curie já impressionava o mundo — apenas com a força da sua mente.

Tinha apenas 20 anos quando um episódio aparentemente banal revelou o brilho silencioso que a acompanharia por toda a vida.

Estava em uma festa, cercada por jovens estudantes e acadêmicos. Em meio às conversas, um dos convidados levantou-se para recitar um poema.
Os versos eram belíssimos, densos, cheios de alma — e tocaram profundamente Marie.

Tocaram tanto, que ela se aproximou do rapaz e pediu uma cópia.
Ele sorriu, talvez querendo impressionar — ou desafiar a reputação da jovem genial:
— “Se sua memória é tão boa quanto dizem… basta ouvir mais uma vez.”

Marie não se ofendeu.
Sorriu com humildade e respondeu:
— “Vou tentar… mas não prometo.”

O poema foi recitado novamente.
Marie ouviu em silêncio.
Depois, saiu discretamente da sala.

Trinta minutos se passaram.
Conversas seguiram. Risos voltaram.
E todos já haviam esquecido da garota franzina que saíra em silêncio.

Mas então, ela retornou.
E de pé, com a voz tranquila, começou a recitar.
Verso por verso. Palavra por palavra. Do início ao fim.
Sem errar uma sílaba.
Sem hesitar.

O espanto tomou o ambiente.
Não era apenas memória — era atenção rara, inteligência afiada, sensibilidade profunda, disciplina feroz.
Era já ali, antes dos átomos, antes dos laboratórios, antes das glórias…
Marie Curie em estado puro.

 Há mentes que brilham pelo que descobrem.
E há outras, como a de Marie, que já deslumbram antes mesmo de começarem a revelar sua luz.

sábado, 5 de julho de 2025

Por que amamos?


Amamos a vida não porque estamos acostumados à vida, mas a amar. 

Há sempre alguma loucura no amor, mas há sempre também alguma razão na loucura.

Friedrich Nietzsche

segunda-feira, 30 de junho de 2025

O aviador que inventou o princepezinho


Há pouco mais de 125 anos, no dia 29.06, nascia Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), o escritor-piloto que ensinou o mundo a ver com o coração. Autor do intemporal “O Principezinho“, foi também aviador, jornalista e aventureiro — um verdadeiro viajante da alma humana.

Exupéry não foi apenas autor de metáforas: desafiou os céus como piloto da Aéropostale, ajudou a desbravar rotas aéreas pela África e América do Sul, e sobreviveu a acidentes que o inspiraram a escrever obras como Voo Noturno e Terra dos Homens.

Em 1943, exilado nos EUA e desiludido com o mundo dos adultos, deu vida ao seu “menino de cabelos dourados” vindo do asteroide B612. “O Principezinho“ tornou-se um clássico da literatura universal, traduzido em mais de 500 idiomas e dialetos.

Em 1944, desapareceu no céu durante uma missão de reconhecimento. Como o seu príncipe, não deixou corpo — apenas memória, poesia e mistério. O seu avião só seria encontrado décadas depois, no mar Mediterrâneo.

Hoje recorda-se o homem que nos ensinou que “o essencial é invisível aos olhos”. E lembra-se que, em tempos difíceis, a amizade, a ternura e o sonho continuam a ser faróis no deserto do mundo.

#AntoineDeSaintExupéry #125Anos #OPrincipezinho

domingo, 29 de junho de 2025

Uma mulher extraordinária


Inge Lehmann foi uma cientista que literalmente transformou nossa compreensão do planeta — de dentro para fora. Nascida em 1888 na Dinamarca, desafiou as expectativas da época, que reservavam às mulheres uma vida doméstica, e se dedicou à matemática e à ciência, enfrentando o ceticismo constante num campo dominado por homens.

Trabalhando como sismóloga, ela percebeu algo estranho nos dados de terremotos: as ondas sísmicas se comportavam de maneira inconsistente com a teoria vigente de que o núcleo da Terra era totalmente líquido. Em 1936, contrariando seus colegas, Lehmann publicou um artigo revolucionário provando que o núcleo terrestre possui uma parte sólida no centro — o núcleo interno.

Sua descoberta mudou os rumos da geologia, mas o reconhecimento demorou. Muitos homens se apropriaram de suas ideias, e sua contribuição ficou ofuscada por anos. Mesmo assim, ela seguiu firme, trabalhando até os 70 anos com a mesma paixão, movida pela busca da verdade mais do que pela fama.