O tucano pousou no arvoredo do cerrado,
exibindo seu longo bico colorido, sequer se deixou fotografar,
talvez pensasse a beleza
do instante que passa,
que a vida é fugidia e nos escapa,
só a foto se estagna.
Os pacus são negros, grandes e aos montes, brincam com alguns
dourados coloridos, no rio cujas águas prateadas refletem o verde
das matas, as quais se debruçam sobre ele.
Ali lambaris incontáveis são alimentos de dourados e pacus,
a comerem deles com fartura.
Os urubus espreitam a morte, pois lhe será a vida;
planando sobre suas asas aproximam-se dos cadáveres os quais
rondavam, parece sinistro, no entanto, eles se alegram.
Aqui a alegria mescla-se à dor, a dor dá senso à alegria.
O que é sem medida torna-se comedido e o demasiado medido
se desmede na busca do equilíbrio.
William Whitman
(Do livro Sonho e pó. Imagem: diariovip.com)
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