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sábado, 23 de dezembro de 2023

Uma criança e seus olhos estrelados

Para a linda Alana Machado Baches,
com 1 ano e 5 meses.

Não sei fingir no poema, não sou Pessoa para tanto, sou apenas uma criança e escrevo com as mesmas letras das emoções mais básicas, mais humanas.

Sou só uma criança e o sonho mal começou, a vida é um tapete de palavras e vou palmilhando cada uma delas.

Se escolho algumas em detrimento de outras é porque cabem melhor em minhas mãos e minha boca, sou só uma criança e a poesia em mim é ritmo, melodia e dança.

Canto e exalto essa caminhada ao longo, sou tão pequenino, e a estrada, imensa. Em que vai dar tal jornada? Trago tantas perguntas na mochila da escola para as quais os meus mestres não têm respostas.

Estrelas cadentes caem no meu colo e me deslumbram os olhos e o pensamento, nem sei dizer, elas alumiam o poema e, também, essa minh’alma tão pequena. Elas engrandecem o caminho, são os pés e a lâmpada no livro mágico. Sou só uma criança e bebo o brilho das estrelas sem sequer entendê-las.

Abro o livro e me aparecem quantos caminhos, qual deles devo trilhar? Então, sobre isso, uma estrela vem me sussurrar.

Entretenho diálogos com as nuvens e suas sombras me descortinam novas palavras. O sol eleva em sua escala e me fala em tom maior, da luz perene nas pegadas dos versos.

Decorrido quanto tempo desde o nascimento, inda sou somente uma criança, e o brilho das estrelas, em noite escura, ainda exerce um fascínio em mim, simples, assim, me encanta.

Era uma vez, um gato siamês... Tenho tanta história pra contar, que talvez, em livros não possa conter e, ao cabo, as estrofes, caiam pelas bordas das capas.

Um canarinho amarelo, lindo, livre, me (en)cantou, e me disse em seus mais belos acordes do seu amor, e cantou tanto em minha janela, que em suas asas, em seu canto, quase, por instantes, por amores, em seu voo me levou.

Eu vi o menino correndo sobre os trilhos do tempo, eu vi os seus cabelos cacheados, dourados, ao vento. Vi o caminho desse menino e, de sua arte, se abrindo como girassol, se elevando e se encaminhando ao sol.

Quando crescer eu quero ser um poeta. Não quero ser rico, nem famoso (para não me locupletar de medos), só me deixem ser um poeta, pois, desejo viver a poesia cada dia, e dela beber como quem se alimenta de um néctar, de certa sabedoria. E eu serei apenas um poetinha.

Ismael Machado

domingo, 19 de novembro de 2023

Casa das janelas

Aos simples e ilustres belemenses
 
I.  De onze janelas aponto para as transitoriedades desta curta existência.
Sim, duma delas avisto Tarsila pintando...
Doutra, posso ver Portinari e sua brasilidade característica.
 
II. Noutra está Burle Marx abstraído em óleo e tela.
Vejo José Lins do Rego, no cemitério São João Batista,
reescrevendo com mãos escorregadias para a eternidade,
e eu também me debruço nesses parapeitos que dão para o infindo.
Saio do meu gabinete de papéis para contemplar a contemporaneidade
em onze tempos diversos.
 
III. Dali, donde vejo Lispector proseando poeticamente com Manuel Bandeira,
animadamente, numa prosa de arrepios.
Ambos parecem gaivotas plainando, singrando os ares em frases e versos
que vão mais além da casa de muitas janelas para o mundo.
 
IV. O desencanto também vai flutuando sobre o rio das artes.
Ele é visto pelas inúmeras janelas da pobreza.
Assim, sem fronteiras, o poeta viaja pelas linhas do invisível.
Silhuetas observam-lhe de onze pontos distantes,
são olhos postos em vertentes poéticas.
 
V. Das janelas, as paisagens vão se dissipando, dissimulando-se
em sorrisos, dores, cores à clara íris,
mas o meu pranto só o veem pelas janelas da alma,
olhe lá!... só pelas frestas dela.
O corvo sentado ao longe espreita os passantes,
espreita a morte e seu anjo ceifeiro.
 
VI. Marinheiro, marinheiro, quem te ensinou a nadar?!...
ou foi o balanço da proa, ou foi o agito do mar...
 
VII. Um vaso marajoara foi colocado numa daquelas onze janelas,
e com ele faces estateladas olham para esta civilização e nossas mazelas.
 
VIII. Descalço os meus pés sobre as pedras do Círio;
a corda que nos entrelaça desata os nós em nós, dos corpos colados
pelo suor duma fé muito além das nossas distâncias.
 
IX. Das mesmas onze janelas, de cada uma delas,
vê-se a procissão, o amontoado de gente excitada pela esperança
ou pelo movimento da massa unida num só corpo romeiro,
coroado pelos sons dos sinos.
 
X. Os manuscritos dos mortos dizem coisas que não sei ler.
Quando enfim fecharem-se as janelas
muitos dirão que mulheres nasceram nelas,
que eram janelas duma Belém Celestial.
Que mulheres nasceram das costelas da vida,
e elas intuem tantos jeitos de longevidade...
 
XI. Eis os avarandados da saudade,
e eles tem suas janelas para dento do poema.

Ismael Machado

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Desenho e palavras de Anja Rozen, a eslovena

Este desenho é de Anja Rozen, uma estudante da escola primária, de 13 anos, na Eslovénia.  Ela foi escolhida entre 600 mil crianças em todo o mundo para criar uma obra de arte para mostrar como é a paz. 

Ela é a vencedora do concurso Internacional Plakat Miru.

"O meu desenho representa a terra que nos une. Os humanos são tecidos juntos. Se alguém desiste, outros caem. Estamos todos ligados ao nosso planeta e uns aos outros, mas infelizmente temos pouco conhecimento disso. 

Somos tecidos juntos. Outras pessoas tecem ao meu lado a minha própria história, e eu teço a deles", disse Anja.

terça-feira, 19 de setembro de 2023

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Salmo 23, escrito pelo Rei Davi Transcriação poética de Ismael Machado

Salmo 23, 
escrito pelo Rei Davi

Transcriação poética de 
Ismael Machado

1. Ó Senhor, Tu és o meu Bom Pastor e todas as bênçãos Tu me concedes.

2. Colocas-me  em prados verdejantes, onde me fazes repousar e para as águas de descanso Tu me conduzes em paz.

3. Refrigeras a minh'alma, restauras-me o vigor e, assim, Tu me guias pelos caminhos da justiça, por amor do Teu nome.

4. Ainda que eu cruzasse os vales sombrios, mal algum eu temeria, pois Tu estás comigo, e a tua vara e o teu cajado me conduziriam, me confortariam.

5. Preparas um banquete para mim, na presença dos meus adversários, Tu me honras, unges a minha cabeça com o óleo bendito, e eis que o meu cálice transborda de júbilo.

6. Certamente a bondade, a misericórdia e a fidelidade caminham ao meu lado pela vida e,  assim, posso habitar na Casa do Senhor por dias sem fim... 

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Saudações à grande Atriz

Hoje é o aniversário dela...! Em 16 de agosto de 1930 nasceu em Campo Grande a atriz Glauce Rocha. Começou sua carreira apresentando-se em  peças teatrais infantis. No início, entre 1950 e 1951, era uma das integrantes do Grupo "Os Fabulosos". 


Sua primeira aparição profissional no teatro foi com a Companhia de Teatro de Alda Garrido, em 1952, no Rio de Janeiro. O filme “Rio, 40 graus”, de Nelson Pereira dos Santos (1955), do qual ela participou, foi proibido em todo o território nacional pelo conteúdo "comunista". E ficou gravada uma frase de Glauce, dita ao coronel Meneses Cortes, responsável pela proibição do filme: "...Olha, o Sr. me dá licença de acreditar na natureza humana...?". 


Sua preocupação constante com a saúde tornou-se mais acentuada após a morte da su a mãe. Glauce passou a colecionar tudo o que falasse sobre enfarte do miocárdio. E esse foi o mal que a levou precocemente, aos 40 anos. Seu último trabalho foi na novela “O hospital”, na TV Tupi, que ela não chegou a concluir. Faleceu às 17h15 do dia 12 de outubro de 1971, na Unidade Cardiológica da Alameda Santos, em São Paulo. Os jornais deram como causa da morte o excesso de trabalho. 


O corpo de Glauce foi velado em São Paulo mas sepultado em Campo Grande, conforme seu desejo. Se estivesse viva completaria 93 anos. (Luiz Avelino). Para lembrar do seu legado temos em Campo Grande um Teatro na Universidade Federal com seu nome. 


Hoje certamente a mídia quase não vai lembrar da atriz Glauce Rocha. Muitas pessoas já até ouviram seu nome, mas não conhecem sua história. 


Um dia todos nós morreremos e seremos esquecidos, a menos que a gente faça algo que será lembrado por várias gerações. Porém na reflexão de hoje a pergunta é: "... O que você estaria disposto a fazer para ser lembrado...? 


Um belo dia. Cuide-se...!


Prof. Jânio Batista de Macedo

domingo, 13 de agosto de 2023

Pé com pé, coisas da Língua Portuguesa

Um pé pra lá, outro pé pra cá 
Um pé pra lá, outro pé pra cá 
Um pé pra lá

Acordei com o pé esquerdo
Calcei meu pé de pato
Chutei o pé da cama
Botei o pé na estrada
Dei um pé de vento
Caiu um pé da água

Enfiei o pé na lama
Perdi o pé de apoio
Agarrei num pé de planta
Despenquei com pé descaço
Tomei pé da situação
Tava tudo em pé de guerra
Pé com pé, pé com pé
Pé com pé, pé contra pé

Não me leve ao pé da letra
Essa história não tem pé nem cabeça

Vou dar no pé (Pé quente)
Pé ante pé (Pé rapado)
Samba no pé (Pé na roda)
Não dá mais pé (Pé chato)
Pegar no pé (Pé de anjo)
Beijar o pé (Pé de meia)
Meter o pé (Pé de moleque)

Passar o pé (Pé de pato)
Ponta do pé (Pé de chinelo)
Bicho de pé (Pé de gente)
Fincar o pé (Pé de guerra)
De orelha em pé (Pé atrás)

Pé contra pé (Pé fora)
A pé (Pé frio)
Rodapé (Pé)

Não me leve ao pé da letra
Essa história não tem pé nem cabeça

Compositores: Paulo Rubens de Moraes Tatit
 e Sandra Pires Martins

Letra de Pé Com Pé © Palavra Cantada Produções Musicais Ltda.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Para José, o céu...

José Celso Martinez Corrêa 
Araraquara30.03.1937 
São Paulo, 06.07.2023), conhecido como Zé Celso, foi um diretor, ator, dramaturgo e encenador brasileiro.

domingo, 9 de julho de 2023

A paz mundial começa na sua casa


Você quer viver melhor e contribuir com a paz mundial?
Então, volta para casa e ama a sua família. 

Madre Teresa de Calcutá