Se esta rua, se esta
rua fosse minha,
eu mandava, eu mandava
ladrilhar...
Não, não tenho
brilhantes, só uma coleção de pedrinhas
que ladrilham os meus
rins,
e, às vezes, me
inventam uma dor na alma.
Também não tenho um
amor,
e sequer a rua estreita
onde moro é minha.
Mas eu bem sei e sinto
que numa rua de rimas
e ladrilhos de
brilhantes,
ali caminha o sapato
florido do menino,
o aprendiz de
sonhador, ele, nascido de um parto poético.
Ah, se esta rua, se
esta rua fosse minha...
Ismael Machado
(Do livro Sonho e Pó, Chiado Editora, 2016)
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