Machado
de Assis
Da
cana-de-açúcar, ele refinado, nas mesas européias,
Branquinho,
fez-se a causa primeira
da
escura escravidão brasileira.
Tomé
de Souza, D. Manuel III, (humanos?),
Autorizaram
a vinda dos primeiros “negros da Guiné”,
Era
o ano de 1532, vergonha iniciada,
página
somente, parcialmente virada, após três séculos.
Será???......
Bravos
negros, construíram, com trabalho escravo e raça,
O
que os brancos escravocratas não conseguiriam em solo pátrio.
Não
se pode falar, não se sentir, tamanha a dor nos porões
Dos
negreiros navios, as chibatas serão pomadas a penetrar
Em
suas peles coradas de saudades, angústias.
O
banzo, as fugas, a sabotagem, o envenenamento dos senhores,
Os
quilombos, constituíram os heróis da resistência,
Pois
os guerreiros se multiplicaram, sobreviveram
aos
horrores da escravatura.
Depois
os quilombos serão numerosas cidades nossas.
O
berimbau, o bongô e o atabaque forjam os ritmos afro-brasileiros:
Maracatu,
frevo, timbalada e o nosso samba, sem igual.
Enquanto
o vatapá, o caruru, o acarajé e a feijoada, iguarias nacionais,
Devem-se
ao sabor da negritude.
Já
a capoeira, misto de dança e luta, outrora punida com chibata,
Agora
é exportada para a Europa. Os tempos mudam, as pessoas
às
vezes morrem antes.
Lei
Áurea, liberdade relegada à própria sorte. Mais de século depois
E
a injustiça perdura, o desrespeito racial grita e não o ouvem
Os
brancos e burgueses ouvidos do poder, os habitantes da
Casagrande,
distantes das Senzalas que a Lei não aboliu.
Quisera
alforriar alguns dos chamados “brancos”, a burguesia,
Da
dureza de seus corações empedernidos.
Fernando Bandeira
Do livro: Folhas Brasileiras, 2010
Lindo poema, belíssima homenagem. Parabéns!
ResponderExcluirThanks a lot. I am a simple poet. Hugs for you!
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