Boi, boi, boi,
Boi da cara preta...
Dorme Caymmi, dorme
agora Dorival, que o seu canto
Ainda será o nosso
acalanto.
Pega essa criança que
tem medo de careta...
Foi assim, a vaca
preta da morte levou o nosso cancionista,
Mas ele foi sereno,
assim como viveu.
Conservou a pureza de
menino, nos embates, até o fim.
Alecrim, alecrim
dourado...
Quão dourados os
sonhos desse baiano extraordinário,
Muito além da erva que
nasce e fenece no campo.
O que é que a baiana
tem?...
As virtudes do seu
compositor de olhos azuis celestiais.
Tem o gosto
brasileiro, folclórico, simplório.
Nana nenê...
Na voz da filha
Nana... pois não há outro modo agora.
Dorme o justo sono
daqueles justos que transpuseram os umbrais eternos.
Ali, não há
fronteiras, nem cuca irá pegar mais.
Papai e mamãe lá estão
a lhe esperar nos sublimes cafezais.
Eu vou pra
Maracangalha eu vou...
Do jeito mais natural,
com simplicidade ele se foi,
Da mesma forma como criou os seus versos espontâneos,
melodiosos,
Deixando uma saudade não contida em palavras.
William Whitman em "Sonho e pó", 2013.
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