terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O circo



In memorian de Balzac, quiçá de Shakespeare
No palco circense
Da humana comédia
Há também uma tragédia.
A tragédia do querer
Contracenando ao par
D’uma comédia do poder.
Tem, tem, tem
No espetáculo sob a lona –
Ou sob o crepúsculo –
O riso da ironia.
Nos lábios do palhaço
Travestido de agonia.
Depois também
Parcas esperanças
Em ciganas mudanças,
E em meio a tudo,
Um travor de amargura
E desilusão tão sólida,
Numa trágica palhaçada
Do oriente ao ocidente.
 Fonte: livro Folhas de Março, 2006


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