domingo, 2 de dezembro de 2012

Contradições da terra-pátria


Salve lindo pendão
Verde-esperança,
Verde das matas.

Brasil, olha sua cara:
Amarelo-ouro, do sol,
Azul celestial.

Bandeira branca da paz
Que desejamos viver.
Bem se vê o amarelo estampado
No rosto da fome
De quantos de seus filhos.

Meio milênio esperamos
A paz social, a ordem, o progresso,
Não simplesmente do ter,
Para não constituir regresso do ser.

Bandeira brasileira,
Tremula altaneira no planalto,
De norte a sul, leste a oeste,
Tremula aos ventos, políticas,
Enquanto seu povo treme nas ruas.

Brasil, levanta deste berço esplêndido,
Ajuda os seus marginalizados.

Bravos brasileiros,
Verdes de raiva da corrupção,
Azuis de medo da violência.

Cantem seus hinos,
Espantem seus fantasmas,
Assentados em salões verdes,
Ou azuis.
Ah! se pelo menos eles, os nossos fantasmas,
Fossem transparentes.

O verde da nossa Bandeira
Está ameaçado por cidadãos inescrupulosos,
Algozes das futuras gerações.

Longe vamos, ainda, distantes das letras
Dos hinos, cujos ideais proclamamos.

Ismael Machado
Fonte: livro Folhas Brasileiras, 2006

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