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domingo, 27 de agosto de 2017

O pouso da ave, para Frida Kahlo

Parte I

Cual una golondrina viajera, sonhadora, que ao vento vai, aproveitando dele as misteriosas forças, não importam tanto os velhos ninhos, as machucaduras nesse caminho, porém, mais valem as asas, a busca, a travessia, o verão e as suas alegrias.

E eu bem desejaria trazer esse passarinho para tanto perto do meu cantinho, aquietá-.lo comigo sozinho, falar-lhe bem baixinho sobre os migrantes ramos que se encontram em qualquer ninho.

Vejo flores e vermes conversarem animadamente, e ambos se vão sob a luz do mesmo luar, que alimenta os poetas delirantes a escutarem os gritos das estrelas mais distantes.

Esses olhos estão deitados, na triste planície da memória, mirando o nada, esperando o regalo sereno, risonho para o deleite, para o resgate em cores vivas a nascerem sob os pés, porque eles serão visitados pelo arco-íris. Longa jornada que esses pés vão palmilhando, step by step, and I can see clearly that way.

E esse céu tão azul e eu ainda obscuro, algo inconsciente nessa estrada rumo ao túmulo dos meus dias, cosendo tais dias feitos dessa amálgama dos minutos, culminando com o som maravilhoso, majestoso e preciso, na vitrola das Estações.

Ismael Machado